quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Às vezes eu me sinto num Big Brother. Você não? A todo momento somos testados, tem sempre alguém num grau acima de nós na "cadeia da sabedoria" pronto pra julgar e nos remanejar pro nosso devido lugar na sociedade. Você tem que provar que pode passar de série, provar que pode estar em faculdade, provar que pode dirigir na rua sem atropelar ninguém... Existem aqueles "juízes" que são pagos pra te aprovar ou não pro convívio social. São professores, avaliadores, etc. Mas e quanto àqueles que mantém sobre nós um cortante olhar crítico, controlador, com o intuito de nos regular? Quem os paga? Você não se sente por vezes levado pela multidão? Como se um furacão te jogasse dentro da vala comum?
Eu acho que vale à pena ser subversivo quanto à postura social que recebemos na cara, como se fosse uma colher cheia daquele remédio amargo que a sua mãe te obrigava a tomar quando criança. "Mente anarquista", como me disse um amigo. Reinventar-se. A mesmice é a maldição trazida pela "superinformação", como a internet e a televisão, que dissemina entre nós um padrão de comportamento, um tipo de know-how para viver pacificamente entre os seres da mesma espécie.
Eu acredito que dentro de todos nós mora algo como um bicho que vive por seus impulsos naturais, mas ele fica acorrentado e com grilhões pesados como a consciência daquelas pessoas que se auto-controlam arduamente para pensarem e agirem da mesma forma sempre. Exatamente igual ao seu vizinho e assim sucessivamente. "Just another brick in the wall".
Ahh... e quanto ao comentário que eu fiz no começo do texto sobre Big Brother: é uma merda, eu odeio Big Brother.

Músicas:
. Bob Dylan - Ballad of a thin man
. Cazuza - Blues da Piedade

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O Poetinha Vagabundo


Inigualável. Pra mim, o maior poeta que o Brasil já viu. Dá vontade de pôr aqui dezenas de poemas e músicas de Vinícius de Moraes que me marcaram. Quem conhece apenas o "mas que seja infinito enquanto dure" do Soneto de Fidelidade não sabe o que tá perdendo. Vale à pena mergulhar na obra de Vinícius!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Déjà vu

sem saber o que me espera,
eu sigo em frente, sempre contra a correnteza
esperando, impacientemente, por um surto de felicidade
sou imediatista, quero viver algo maior agora,
não quero esperar até amanhã,
pois tenho medo de acordar com saudades daquilo que nunca vivi
desejo algo novo, mas às vezes canso de esperar
será que chegará um dia em que eu nao desejarei mais nada?
às vezes, penso que minha vida é uma série de déjà vu
dia após dia, vejo cenas que já vi antes,
só que de uma forma um pouco diferente...

e essa mínima diferença é que me faz sonhar com mais... e que ao mesmo tempo me sufoca.

"Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto. Esse eterno levantar-se depois de cada queda. Essa busca de equilíbrio no fio da navalha. Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo infantil de ter pequenas coragens."

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Cazuza - Down em Mim

Eu não sei o que meu corpo abriga nessas noites quentes de verão
e nem me importa que mil raios partam qualquer sentido vago de razão
eu ando tão down...
outra vez vou te cantar, vou te gritar, te rebocar do bar
e as paredes do meu quarto vão assistir comigo a versão nova de uma velha história
e quando o sol vier socar minha cara, com certeza você já foi embora
eu ando tão down...
outra vez vou me esquecer, pois nessas horas pega mal sofrer
na privada eu vou dar com a minha cara de panaca pintada no espelho
e me lembrar, sorrindo, que o banheiro é a igreja de todos os bêbados

Eu ando tão down.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O Astrônomo

A noite estende seu silêncio em minha alma.
As nuvens conduzem-me ao mural infinito de astros,
e sinto reverberar no peito a voz grave da escuridão.
Punho fechado, aguço todos os sentidos...
e eis que num último e aliviado suspiro,
a noite morre em mais uma estação da vida.

"sinto um sorriso no rosto invisível da noite..."

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

"Dentro de nós existe uma coisa que não tem nome. Essa coisa é o que somos.". Pois é, resolvi aderir a mais um meio de "superexposição" que a internet nos oferece. E é com essa frase escrita por José Saramago em seu livro "Ensaio Sobre a Cegueira" que eu decidi começar esse blog. Ela pode nao ser uma sentença das mais elucidativas que eu já li, pelo menos não aparentemente, mas é um tanto quanto sugestiva. Essa frase instiga ao auto-conhecimento, como se insinuasse que o leitor necessita de uma minuciosa investigação sobre seu próprio ser. E não há viagem mais interessante que aquela feita para dentro de si mesmo. E é justamente com essa intenção que "escrevo" aqui. Saber (e aceitar) cada dia mais sobre Guilherme Carvalho Cavalcante Oliveira.
Tudo isso regado a Vinicius de Moraes, Cazuza, Bob Dylan, Pablo Neruda, Chico Buarque, Mario Quintana, Beatles... em resumo, um mosaico de música, poesia e qualquer outra coisa que me desperte o interesse. :)