quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Ópera

Início

A vida dorme no porão da minha consciência.
Enquanto isso,
minha alma insurge-se contra meu corpo,
em cortes rápidos e furiosos.
Diante do mar em fúria das minhas ideias céticas,
construo minha pequena canoa...
quanto desgaste...
e num impulso imediato,
como numa reação involuntária dos meus músculos,
eu me lanço violentamente contra a grande onda.


Início II
De repente, a vida me arrebata covardemente
e quando me dou conta,
estou deitado no chão da varanda.
eu não quero beber, não quero fumar ou mesmo festejar...
quero apenas encarar os monstros de tijolo, cimento e cal
que me rodeiam...
e o eterno tilintar das estrelas acima de mim.
Início, Meio e Fim
Olhos de solidão. Dorme o Homem.

Um comentário:

  1. fazia tempo que eu não vinha aqui. Mas sabe, a vida sempre nos arrebata covardemente. Quando temos a impressão que é de outra maneira, é pq ainda não notamos a ironia.

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