domingo, 24 de junho de 2012


deitado no vácuo
e a vontade de virar ar me ocupa o pensamento
vou morrer da realidade cotidiana
se antes não flutuar, como névoa,
por todo o firmamento
e antes, me pulsa no peito o peso invisível da existência
porque eu sei que moro no templo (irreal)
entre a alma e a ciência
Há de chegar o dia em que eu,
bêbado de cólera, sonho e aguardente
vou irromper pelos caminhos desviantes
da minha própria estrada,
silente.




"And this is the house where I could be unknown
be alone now
soon the waves and I
found the rolling tide
soon the waves and I
found the rip tide." - Beirut

sexta-feira, 22 de junho de 2012


Esvaíram-se, amigo. Foram embora todos aqueles anos de ira silenciosa, impúbere, que me tomavam o seio da alma. Sinto hoje como se me tivesse sido subtraída toda rebeldia da saudosa adolescência. Que saudade de minha adolescência! Do meu olhar de passarinho, vendo o mundo através da lente da alma... eu sentia sem saber. Como um sonho, que, mesmo com todo esforço da vida, não consigo me lembrar como foi...