sexta-feira, 23 de julho de 2010

Capítulo I - Das Iniquidades

Há em cada um de nós um Imperador,
um Déspota sem luz
que não mata para não macular seus trajes de realeza
mas manda matar com uma precisão cirúrgica, num corte único e seco.
Há em nós o Déspota,
aquele que vê e consente
aquele que sente e desmente.
Que vira a face ao deparar-se com a injustiça,
pois a vida e morte alheia não lhes são caras
e não superam, em relevância social,
números e estatísticas.
Quanta tirania.
Aquele que isola-se no alto da torre tem as mãos tão ensaguentadas quanto as daquele que crava o punhal.