quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Anatomia

Hoje as tuas pegadas me parecem tão distantes do meu caminho... "De repente, não mais que de repente..." .

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Percorro lentamente os caminhos do teu corpo.
Respiro, um por um, cada pêlo teu
e deixo-me entorpecer, porque és linda.
Tão linda que chegas a ser cruel.
Toco teus dedos, sentindo teus frémitos
e rio, rio...
Navego em teus espaços
e adentro cada ângulo do teu ser,
vivendo dentro de ti, aos poucos,
como numa ilha perdida mora o náufrago solitário.
Cheiro teu suor e gasto teu perfume com meus lábios.
Que larápio sou eu?
Arranho-te a pele até chegar ao reino absoluto de tua alma.
Vejo teu seio palpitar e invado teu peito...
respiras em meu ouvido,
dizendo-me coisas insanas, hereges!
Deixo escorrer entre meus dedos teus cabelos, em plumas,
e sinto, entorpecido, o sal da tua saliva.
Um oceano, onde eu me afogo.
Suspiro em ti e tu em mim,
assim mesmo, em uníssono, numa louca sinfonia.
Leio teu olhar e nos fitamos por um segundo eterno.
Tuas coxas quentes abrigam-se nas minhas,
e teus dedos fincam-se nas minhas costas encurtando nossa distância,
e num momento imodesto, do mais puro pecado,
afloram-se nossos sexos numa explosão universal.


por Guilherme.

Um comentário:

  1. Ao nosso plano, bons ventos.
    Ao nosso público, deleite.

    E à você meu amigo,
    meus parabéns!

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