quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Meu Norte

Que fizestes de mim, Destino?
Eu, que hei de nascer e morrer menino.
Que ousastes para mim, Destino?
Eu, que agora subo as escadarias velhas
e adentro a tua igreja,
uma igreja sem sinos.
Que tomastes de mim, Destino amigo?
Eu, que sofri com as mediocridades dos dias cinzas
e até hoje carrego tuas cruzes,
mas já nem sei se consigo.
Que iluminastes em mim, vão Destino?
Eu, que nas horas de escuridão
abriguei em minha voz o teu silêncio...
pequenino, pequenino.
Que choras em mim, Destino?
Já não sabes que não te estimo?
Que em minhas veias pálidas correm os rios,
e em minhas artérias repousam os mares,
onde todos os navios do mundo içam velas e rumam...
sem destino, sem destino.

Guilherme Cavalcante



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